sábado, 29 de janeiro de 2011

Frio

Sonho com o momento
do vento frio batendo na minha face
A pele fresca sorrindo
E meus olhos brilhando
Por mais um dia frio

Pena que esses dias tão longe estão
Meses a fio
Mas quem sabe chegue então
E eu possa finalmente sorrir
Agradecendo por mais um dia
Frio...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Notas do subterrâneo - Dostoievski

Sou um homem doente...Sou um homem despeitado. Sou um homem desagradável. Creio que sofro do fígado. Aliás, não entendo absolutamente nada de minha doença, nem sei ao certo do que sofro. Não me trato e nunca me tratei, embora respeite a medicina e os médicos. Além disso, sou extremamente supersticioso; o suficiente, em todo caso, para respeitar a medicina. (Tenho bastante instrução para não ser supersticioso, mas sou.) Não, não quero tratar-me, por despeito. Com certeza não vos dignareis compreendê-lo. Mas eu compreendo. Está claro que não vos posso explicar a quem, precisamente, estou prejudicando, nessa situação, com o meu despeito; sei perfeitamente que não causo dano aos médicos por deixar de consultá-los; percebo melhor do que ninguém que com tudo isso o único a sair perdendo sou eu. Mas, seja como for, se não me trato é por despeito. Meu fígado está mal, pois que piore!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Ciclos

Glun, gluuuun
Siiiiiiiiiiiiiiiii
Tsiiiiiiiiiiiiiiii
creccreccrec
Blon
Bla
Blon
Bla
Blon
Bla
Vrooooooooooooon
Pinpoinpaaaaaaaaaaaá
Vravravravruuuuuuuuuuuun
Plonplon
Trintrintriiin....pron

Huuuuuuuuuuuuu
Bron
Plaf
Plof
Bruuum
Glun, glun...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Percorrem pelo papel
As tristes palavras
Sons felizes
Palavras...
Como sofrem!
Ao serem ditas
Fluxo de emoção.

Lembram-se
De quando foram
Muito além
De simples palavras...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Fuligem

Mudança
Distância que lança na gente
Tristeza
Frieza que não cessa.

Sopro de felicidade:
Nasceu
Cessou
(O que nunca devia ter surgido).

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Cura

Choro como o riso
Planta simples
Flor tomada ao vento

Cacto de canto leve
Doce melodia
Inteira expressão

Fluxo
Pétalas na pele
Alívio na alma
Felicidade.

sábado, 10 de julho de 2010

Nostalgia

Delírio
Deixe-me assim
O direito me é dado
Num minuto
Muito é dito.

Minha mente fagocita
O que não pode ser eliminado
Calada...
Delírio agrado.

Vozes e contornos
Vultos amargos
Retorno querido
Um simples abraço.

Sopro da vida...
Fique a meu lado.